Logística reversa na iluminação pública
Modernização da iluminação pública, com a substituição das lâmpadas poluentes – de vapor metálico – por modelos mais sustentáveis, com tecnologia LED, traz inúmeros benefícios para a economia e o meio ambiente. Mas a mudança exige cuidado especial com o descarte, para que se faça a destinação correta do material antigo, seguindo leis que estabelecem rígidos protocolos. Essa atenção com a logística reversa se justifica, uma vez que o Brasil tem hoje cerca de 18 milhões de pontos de iluminação pública, segundo dados da Associação Brasileira das Concessionárias de Iluminação Pública (ABCIP). A maior parte deles ainda é composta por lâmpadas poluentes. Mas essa realidade tende a ser mudada, pois é cada vez mais comum que municípios lancem mão de Parcerias Público-Privadas para a modernização de seus parques de iluminação pública.
Para Vinícius Câmara, Business Manager na Engie, quando se fala em modernização da iluminação pública, é fundamental trazer o uso de lâmpadas LED. “Mais eficientes, elas ajudam a reduzir o consumo de energia, a manutenção e o impacto ambiental. No entanto, a mudança em massa para essa nova tecnologia gera a necessidade de um mapeamento de todo o processo para gestão desses resíduos, assim como formas de viabilizar a logística reversa junto a fornecedores e fabricantes”, ressalta. O objetivo da logística reversa é o de recuperar valor em produtos e materiais descartados, trazendo-os de volta ao ciclo produtivo para o reuso, reciclagem, redução ou até mesmo descontaminação, aplicando a destinação final dos resíduos de maneira segura e ambientalmente correta.
Certificado de descontaminação
Em Santa Catarina, o consórcio SQE LUZ conta com a assessoria da empresa de consultoria internacional Arcadis para o trabalho realizado nos municípios de Florianópolis, São José, Blumenau, Indaial e São Francisco do Sul. Todo o material recolhido é guardado em local específico, conforme as normas ambientais. Depois, é entregue à empresa especializada credenciada para reciclagem, que emite certificado de descontaminação. Formado pelas empresas ENGIE e Quantum Engenharia, o SQE LUZ contabilizou a substituição de mais de 20 mil lâmpadas por LED nos municípios em que opera em Santa Catarina só no ano passado.
“O volume de lixo é muito grande para ser descartado de forma inconsequente. Os municípios precisam contratar empresas especializadas para descontaminação das lâmpadas da iluminação pública ao fim da vida útil, garantindo que não sejam descartadas em lixões ou aterros sanitários”, reforça Câmara.
Outro bom exemplo de sustentabilidade está na cidade de Ribeirão das Neves, em Minas Gerais, onde as luminárias de alumínio substituídas no processo de modernização também recebem destinação correta e social. A concessionária IP Minas, formada pelas empresas Quantum e Fortnort Desenvolvimento Ambiental e Urbano, doa luminárias antigas à Cooperativa de Materiais Recicláveis de Ribeirão das Neves (Coomarrin), formada por famílias de baixa renda. De janeiro até maio deste ano, foram doadas 2.326 luminárias, o que representa 5,287 toneladas de material para reciclagem.
Cadeia econômica sustentável
Gerente do IP Minas, Jolimar Costalonga Grancer acredita que esta é uma forma de promover o reaproveitamento desse material com descarte correto e, de quebra, exercer função social. “Geramos renda a mais de dez famílias carentes. Cria-se assim uma cadeia econômica sustentável, inclusive com a geração de renda indireta ao município, pois essas famílias vendem o material reciclado para empresários do município, que também geram empregos e impostos”, explica.
Esta é uma curadoria de conteúdo da RX Brasil sobre logística reversa na iluminação pública. Para continuar lendo, acesse o site da Rmai.