Pendentes sustentáveis ganham mercado e reforçam as ações de preservação ambiental

Pendentes sustentáveis ganham mercado e reforçam as ações de preservação ambiental

Não são apenas os projetos de Iluminação Pública e as aplicações de LED em diferentes espaços, com tecnologias de conectividade para eficiência energética, que estão reforçando o conceito de sustentabilidade na área de iluminação. 

Um movimento importante, neste sentido, também envolve a atuação de players do segmento de decoração. As opções de pendentes e luminárias sustentáveis têm possibilitado à indústria do setor e também a consumidores ampliar as alternativas de soluções de menor impacto ambiental.

Para entender um pouco mais sobre o atual cenário e conhecer os trabalhos que têm sido desenvolvidos, a Expolux conversou com profissionais de gestão da Biasá Home e da Classic Lar, empresas expositoras da feira que têm a sustentabilidade como um dos pilares de atuação.

Segundo Caroline Palaoro, CEO da Biasá, “temos observado um interesse crescente dos clientes em itens que trazem menor impacto ambiental. Podemos dizer que em termos de fibras naturais, além de serem materiais sustentáveis, trazem uma sensação de aconchego e acolhimento. Além disso, vivemos em um tempo de conscientização ambiental, ou seja, as pessoas estão cada vez mais informadas sobre os impactos negativos do consumo não sustentável. Isso tem levado a uma maior demanda por produtos que sejam eco-friendly”.

O rattan e suas vantagens

Atualmente, quais materiais que possibilitam aliar estética, qualidade e sustentabilidade? O que tem ganhado visibilidade no mercado de pendentes sustentáveis?

Caroline explica que o uso de fibras naturais tem sido uma das soluções, por ter “rápida capacidade de reposição e decomposição no meio ambiente, não acumulando lixo e evitando o desmatamento. Um dos tipos, o rattan, proveniente da palmeira homônima parecida com uma videira trepadeira, nativa das selvas tropicais da Ásia, em países como Malásia, Indonésia, Vietnã e Filipinas, é leve, quase impermeável e fácil de mover e manusear. Pode suportar condições de extrema umidade e temperatura e tem uma resistência natural a insetos. Por ser uma palmeira que “sufoca” outras plantas, a sua poda é incentivada em diversas regiões do continente asiático, para assim, não atrapalhar o ecossistema da região”. O material pode ser encontrado no mercado com frequência e tem aparência similar ao vime.

É fato que o trabalho da empresa é um dos exemplos de ações de ESG que podem impactar positivamente a cadeia produtiva, gerando benefícios para o meio ambiente, negócios, parceiros e clientes.

“Além da prática da sustentabilidade, apoiamos a economia circular, pois o modelo de produção e consumo que envolve compartilhar, alugar, reutilizar, reparar, renovar e reciclar materiais existentes sempre que possível para criar valor agregado, é algo que faz sentido para o futuro. Desta forma, o ciclo de vida dos produtos é estendido e valorizado. Também contribuímos com mais de 150 famílias ao redor do mundo, são pessoas com habilidades milenares, conhecimento passado de geração em geração, e que ficam felizes por oferecermos trabalho digno e melhores condições de vida, com recursos financeiros e de desenvolvimento pessoal e profissional. Vale ressaltar que nossos itens são feitos artesanalmente e cada produção é conferida de perto, com uma curadoria minuciosa”, conta Caroline.

Inspirações e desenvolvimento

Cada empresa tem o método de pesquisa para o desenvolvimento de peças, que além de trazer critérios como eficiência e sustentabilidade, busca surpreender também pelo conceito estético, um dos principais fatores para atrair clientes e movimentar o mercado.

A CEO da Biasá, destaca que dentre as principais referências e inspirações atuais para o processo criativo da empresa estão “as formas naturais como flores, folhas e outras estruturas biológicas, estética minimalista, que inclui a criação de peças com design simples e funcional, reduzindo o uso de materiais, promovendo a durabilidade e também o desenvolvimento de modelos versáteis que possam ser usados em diversos contextos e ambientes”.

A atualização de mercado também é processo importante, “procuramos sempre participar de grandes feiras de renomes do setor da arquitetura e mobiliário conhecidas mundialmente para pesquisar tendências, estilos, formas e estar sempre em alinhamento com o mercado para os próximos anos”, acrescenta a executiva.

Desafios

 

Outra empresa com atuação destacada na produção de luminárias sustentáveis, a Classic Lar, tem dois métodos de atuação quando o desafio é criar peças novas.  Quem afirma é Renato Basgal Pessoa, CEO da empresa. “Quando se trata de luminária decorativa, a estética é a pedra fundamental do desenvolvimento. A partir desta premissa, desdobramos nosso fluxo de duas formas.  Na primeira, definimos um design e depois tentamos torná-lo sustentável. Já na segunda, escolhemos o material sustentável que queremos utilizar e a partir disso, desenvolvemos o design que seja mais adequado à matéria-prima escolhida”.

Como um dos exemplos, “podemos citar o caso de duas coleções que iremos expor na Expolux 2024, em parceria com um escritório de design. Um fornecedor nos apresentou uma tela de palha indiana sextavada feita com fibra de algodão e desafiamos o nosso parceiro a criar um conceito de luminárias cujo design combinasse com a fibra. Dezenas de modelos foram apresentados, meses de trabalho foram necessários e, por fim, desenvolvemos duas coleções belíssimas”, ressalta o executivo.

Outros materiais

Pessoa também reforça que, no atual cenário, o material utilizado na confecção das luminárias decorativas se tornou protagonista quando o assunto é sustentabilidade. Além da importância de materiais similares o rattan, “verificamos uma crescente procura por luminárias fabricadas com materiais naturais, tais como madeira e fibras a base de algodão e celulose”, diz.

Sobre outro case da empresa, o gestor revela que “em 2022, incluímos em nosso portfólio a opção pelo acabamento em Eucalipto Globulus, madeira reflorestada e importada com tonalidade clara e pouco rosada, acabamento muito comum na Europa onde recebe o nome de Blue Gum. Também desenvolvemos um molde para injetar nossos próprios soquetes E27 em WPC, substituindo 10% do Polipropileno por fibra de madeira, tornando-o mais sustentável”.

Recomendações

O desenvolvimento de itens sustentáveis pela empresa também envolve o conceito de economia circular, prática de mercado que inclui ações sistêmicas em que materiais podem ser reaproveitados (muitos deles, reutilizados para outras finalidades), resíduos corretamente eliminados, redução da poluição e regeneração da natureza.

“Desde o início, estabelecemos como cultura, o máximo aproveitamento das nossas matérias-primas. Exemplos, das sobras conseguimos fazer alguns brindes e amostras de cor para os clientes. Retalhos pequenos com geometria repetitiva já foram doados para residenciais e microempreendedores que desempenham atividades de artesanato. O restante, destinamos para uma empresa certificada fazer o descarte correto. Estamos sempre pensando em novos usos e alternativas para aproveitar ainda mais estes materiais”, afirma Pessoa.

Questionado sobre como as empresas podem tornar os processos produtivos sustentáveis, o CEO da Classic Lar alerta para a importância de um estudo detalhado de mercado antes e que alguns cuidados são fundamentais para que o negócio prospere. “Muitos empresários desejam o reconhecimento de que os negócios são sustentáveis, mas a sustentabilidade ambiental não pode prevalecer sobre as sustentabilidades econômica e social. É necessário encontrar um equilíbrio entre todos esses fatores. Ações como desenvolver novas soluções utilizando o que seria descartado na produção ajudam tanto o meio ambiente quanto o caixa da empresa”.

O executivo aconselha também que “se a empresa optar, por exemplo, por uma certificação FSC, é importante, inicialmente, desenvolver um relacionamento com potenciais clientes que exijam o reconhecimento, além de analisar se os seus produtos são adequados e terão giro suficiente para cobrir os custos anuais de manutenção da certificação, antes de seguir com o projeto. Adotar uma abordagem gradual e ponderada, priorizando ações sustentáveis que não comprometam a viabilidade econômica da empresa, é essencial para um avanço seguro e efetivo”.

Os trabalhos das duas empresas e muitas outras, com foco em sustentabilidade, poderão ser conhecidos na programação da 18ª Expolux. A Classic Lar informa que apresentará cinco novas coleções completas, peças assinadas, luminárias com partes móveis, uma peça modulada que monta e desmonta, acabamento em pintura laca, utilização da palha indiana sextavada com trama preta, dourada e natural, formas orgânicas, dimerização por touch e muito design inovador e sustentável.

Já a Biasá também irá lançar novidades em design e fibras, como o Jacinto do mar, e uma linha de algodão para tornar os ambientes mais exclusivos e acolhedores.

Além dos portfólios de produtos dos expositores, o tema sustentabilidade ganhará espaço em palestras do Simpósio Internacional de Iluminação (Simpoled) e na Rota de Eficiência Energética, nova atração, que destacará soluções presentes no evento selecionadas por especialistas do setor.

A feira internacional da iluminação acontecerá de 17 a 20 de setembro, no Expo Center Norte, em São Paulo.  O credenciamento está aberto e deve ser feito no site https://www.expolux.com.br/pt-br.html.