Como a iluminação transforma a percepção das cores
Como a iluminação transforma a percepção das cores
Descubra como as cores podem se transformar dependendo da iluminação escolhida
A Pantone revelou recentemente a cor de 2025: o Mocha Mousse, um tom de marrom suave que remete ao chocolate e ao café, dois símbolos de conforto que adoramos ter no nosso dia a dia. O anúncio sempre gera grande expectativa e inspira profissionais e amantes da arquitetura a aplicarem a novidade em seus projetos, ansiosos para ver como essa tonalidade transformará os ambientes.
Mas, você já reparou como a mesma cor pode parecer diferente de um espaço para outro? A resposta está na iluminação, afinal, a luz vai além de clarear os espaços: ela pode transformar como enxergamos os tons.
Pesquisas, como as realizadas por Richard G. Kuehni, destacam que as luzes de baixa qualidade e sem um projeto de iluminação bem definido, podem desbotar ou distorcer cores, e, a meu ver, não destacando os pontos fortes do projeto.
Por isso, alguns fatores são essenciais para termos uma boa percepção da tonalidade em nossos projetos: a temperatura de cor, o índice de reprodução de cor (IRC) e o efeito de luz ideal. E é sobre eles que vou falar hoje.
Ao realizar projetos com cores, é crucial considerar o IRC. Para aqueles que não estão familiarizados com essa sigla, eu vou explicar: o índice de reprodução de cor se trata de uma escala que avalia a fidelidade das cores reproduzidas pela luz artificial, variando de 0 a 100, onde 100 é a pontuação máxima, independentemente da temperatura de cor da lâmpada.
Precisamos ficar atentos e escolher lâmpadas de LED que sejam superiores a 90, para garantir que as cores sejam percebidas com precisão. Vale ressaltar que a iluminação natural proporciona uma representação mais precisa das cores, mesmo que tenhamos variações ao longo do dia.
Lâmpadas abaixo de 80 são consideradas “pobres” e sem definição. A prova disso é quando, em meio a nossa troca de roupa, precisamos ir até a janela para verificar que aquela peça é preta ou azul-marinho.
E você deve estar se perguntando: "Onde eu encontro a informação sobre o IRC?" Ele é indicado na própria embalagem do produto, seja lâmpada, na fita de LED, seja em luminárias com LED integrado.
Da mesma forma, a temperatura de cor desempenha um papel fundamental na percepção visual das cores que escolhemos para pintar os ambientes. Essa característica está ligada à forma como as tonalidades são percebidas pelos nossos olhos e cérebro, sem contar nos estímulos que a luz traz. A temperatura de cor é geralmente medida em Kelvin (K) e está associada à tonalidade da iluminação e não potência e fluxo luminoso.
Isso significa que deve colocar luz fria em ambientes com cor azulada? Bom, a resposta é mais complexa do que simplesmente sim ou não. A temperatura de cor está totalmente ligada às nossas emoções, por isso, a luz amarela (de 2500k a 3000k) agrega conforto, acolhimento e integração ao ambiente e a branca (acima de 4000k) foco, atenção, impessoalidade e agitação. A pergunta a ser feita, ao especificar a temperatura de cor, é: qual sensação você quer atribuir ao espaço?
Agora, vamos desmistificar um ponto importante sobre luz e cor. Não se pode confundir cor-pigmento com a cor-luz. Por exemplo, quando falamos em pigmentos, tintas e revestimentos de parede, o azul tem, de fato, um efeito psicológico de calma e serenidade.
Mas, ao falarmos de luz azul, o efeito é completamente diferente. Luz azul, especialmente à noite, pode inibir a produção de melatonina, o hormônio responsável pelo sono, dificultando o relaxamento e podendo gerar até o efeito oposto.
O efeito de luz escolhido também desempenha um papel crucial na percepção de tonalidades. Isso inclui a direção da luz, sua intensidade e até o tipo de difusão. Por exemplo, uma luz difusa ilumina a cor de forma homogênea, enquanto uma iluminação direta e focada pode intensificar contrastes ou criar sombras, alterando nossa percepção. Essa influência acontece porque nossos olhos e nosso cérebro trabalham juntos para interpretar a luz e a cor, respondendo de forma diferente a cada tipo de iluminação.
Além de tudo isso que te falei, de forma prática, vou te ajudar com alguns pontos, que você deve se atentar, para conseguir obter uma cor fiel em seus ambientes!
Evitar excessos de sombras!
Quando pensamos em cores e iluminação, é importante evitar áreas com sombras fortes ou que fiquem mal iluminadas, pois isso pode interferir como percebemos as cores.
Uma luz distribuída de forma uniforme no ambiente ajuda a revelar os detalhes e as nuances de cada cor de maneira fiel e precisa. A iluminação bem planejada garante que todos os tons sejam destacados corretamente, criando uma atmosfera equilibrada e agradável, além de valorizar cada elemento do espaço, sem perder a beleza das cores escolhidas.
Esse conteúdo é uma curadoria da RX, para saber mais, acesse: Casa e Jardim